A Prumo, holding que desenvolve o Porto do Açu, e Eletrobras, assinaram nesta quarta-feira, 5 de junho, um Memorando de Entendimentos (MOU, na sigla em inglês), para avaliar a implantação de projetos de baixo carbono no porto-indústria localizado no Norte Fluminense (RJ), com foco em produção de hidrogênio renovável (H2R) e seus derivados. O acordo avaliará a viabilidade técnica, ambiental e financeira para instalação da planta e, também, o uso de recursos para pesquisa e desenvolvimento (“P&D”) ou de financiamentos públicos e privados que incentivem projetos relacionados.
Para Mauro Andrade, diretor de Desenvolvimento de Novos Negócios da Prumo, a parceria com a Eletrobras é um importante passo para a consolidação do Porto do Açu como plataforma para a transição energética no país. “A evolução do Porto do Açu como local para a instalação de um hub de hidrogênio de baixo carbono ganha força com a recente emissão da licença ambiental (LP) para projetos de hidrogênio renovável, amônia e e-combustíveis em uma área de 1 milhão de metros quadrados. E o acordo com a Eletrobras, a maior empresa de energia elétrica no país, contribui tanto para uma matriz energética ainda mais renovável, como para o desenvolvimento industrial em larga escala de hidrogênio verde no Brasil. As duas empresas estão comprometidas com a estratégia de contribuir para a descarbonização da economia e a segurança energética”, explica Mauro Andrade.
A parceria entre a Eletrobras e a Prumo contribuirá para impulsionar a economia verde e a segurança energética, marcando a vanguarda das duas companhias na matriz energética brasileira e mundial, tendo na infraestrutura de classe mundial do Açu componente essencial para contribuir com os esforços de setores industriais de difícil descarbonização.
“Essa parceria é mais um passo importante para a Eletrobras. O hidrogênio renovável é uma das grandes apostas mundiais na transição energética e esse entendimento com o Porto de Açu vai ao encontro da nossa estratégia de estar na frente na pesquisa e no desenvolvimento dessa tecnologia”, afirma o vice-presidente de Comercialização da Eletrobras, Ítalo Freitas.
Na vanguarda do movimento de transição energética, a Eletrobras já assinou, neste ano, outros quatro Memorandos de Entendimento para o desenvolvimento de H2R. Em maio, a empresa assinou MoU com a Green Energy Park visando contribuir para a produção de hidrogênio renovável (H2R) e derivados a preços competitivos. Também naquele mês, com governo do Ceará, outro memorando assinado visa o desenvolvimento de projetos de transição energética, de descarbonização da economia e de fomento ao hub de hidrogênio de baixo carbono no Estado. Em abril, a Companhia assinou documento semelhante com o governo do Maranhão. A Eletrobras também assinou, em março, um Memorando com o braço no Brasil da Paul Wurth, de Luxemburgo, para parceria no mercado de produção e utilização de hidrogênio renovável em processos industriais.
No final do ano passado, a planta de hidrogênio renovável da usina hidrelétrica de Itumbiara, operada pela Eletrobras Furnas, na fronteira dos Estados de Minas Gerais e Goiás, obteve a primeira certificação brasileira de hidrogênio renovável da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). A produção acumulada chegou ao final de 2023 somando duas toneladas.
Em sinergia com os demais projetos de renováveis em andamento no Porto, estas plantas de derivados de baixo carbono poderão ser alimentadas pelas futuras usinas de energia solar e pela chegada de energia provenientes dos futuros parques eólicos offshore na proximidade da costa do Porto do Açu. Essa integração proporcionará maior circularidade, eficiência e sustentabilidade, inclusive com a possibilidade de interligação ao Sistema Interligado Nacional (SIN), utilizando a infraestrutura já existente de linhas de transmissão do parque termelétrico já instalado e em operação no Porto do Açu.
O Porto do Açu tem a ambição de que até o final desta década os projetos de baixo carbono estejam implementados, sendo um dos poucos portos no mundo com industrialização fóssil e renovável atuando concomitantemente. Para isso, o porto-indústria trabalha para atrair players interessados em instalar projetos estruturantes nas áreas de hidrogênio de baixo carbono e renovável, plantas solares fotovoltaicas, unidades de produção de e-combustíveis e indústrias ligadas a descarbonização da siderurgia para atingir as metas de redução de emissões de carbono.